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AS COISAS DO ALTO

CHAMADOS DO MUNDO PARA DEUS

Quando o povo de Deus estava preso no Egito, que representa o mundo, parecia que estava esquecido naquela escravidão por 400 anos, sob o julgo de Faraó, que é a figura do opressor de nossas vidas. Mas como tudo tem um propósito nos desígnios divinos, pois 40 tipifica sempre uma provação, como a de Jesus no deserto, quando foi posto para ser tentado pelo diabo, depois de muito cansaço e fome. E 40 x 10 foi a pena máxima aplicada aos israelitas nas terras egípcias, elevada a décima casa, redundando em um longo período de submissão. Ali eles não tinham o templo, o local adquado de adoração, então eles criaram as sinagogas, que eram locais improvisados para a prática religiosa. Muitos da casa de Israel já estavam contentes ali, pois tinham bens, comiam, bebiam  e se divertiam no Egito, mesmo tendo que trabalhar no pesado diariamente, na condição de escravos. Mas era chegada a hora de Deus levantar daquele meio alguém por ele escolhido, para retirar seu povo daquele pesado jugo e levá-los para Canaã, a terra que manava leite e mel.

Quando Deus resolve nos chamar do mundo egípcio para o seu coração, muitas vezes ficamos indecisos, pois muitas coisas nos prende e ficamos com nossa mente permeada de dúvidas, visto que as coisas terrenais são muito atrativas. Deixar tudo para trás requer desprendimento e uma libertação total de nossas posses e nossos acúmulos de riquezas. Nessa hora devemos enxergar quão escravizados somos pelas bebidas, pelas comidas, jogos, diversões e muitos outros vícios, para só assim percebermos nossa real condição.

Então você se decide porque sua fé é maior que tudo aquilo, mas não pense você que o “chefão” de todas as orgias, de todas as farras, de todas as baladas, deixará você ir tranquilamente, desprendendo você de suas garras. Ele fará de tudo para predê-lo para sempre nas suas cadeias e masmorras escuras, disfarçadas de beleza. Quando ele percebe que você está decidido a se libertar, começa uma grande luta no seu interior, promovida por ele. Mesmo que você largue tudo para trás, ele perseguirá você pelo caminho até o mar vermelho finalmente se fechar para ele, aprisionando-o nas águas da morte.

Depois do Mar Vermelho, vem o deserto do Sinai, que representa nossa mente. Mais uma vez o número 40 entra em cena. Quarenta longos anos para purificar o povo das coisas impregnadas do mundo, sendo treinados pelo próprio Deus a fazer o povo confiar n’Ele: durante o dia, a rocha fendida dava sua água da vida; durante a noite, uma luz a conduzi-los; além de codornizes e maná que descia do céu para alimentá-los. Ainda assim, muitos se lamentavam relembrando das coisas do Egito e erguendo ídolos, denotando que alguns tinham outras práticas inaceitáveis. Deus então toma duas providências: envia para seu povo os dez mandamentos e manda construir o tabernáculo, que continha a arca da aliança, que ficava no “santo dos santos”, local no qual Deus falava com o sumo sacerdote.

Naqueles 40 anos, Deus trabalhou seu povo para adentrar na terra santa, mas não permitiu que muitos deles sobrevivessem ao deserto, por terem sido reprovados naquele longo caminho de purificação, com foco nas coisas lá do alto, não nas que são aqui da terra. Deus deixou no deserto as velharias com suas maledicências e lamentações, preferindo sua nova geração, representada por Caleb e Josué.

Estamos hoje no mundo, mas não pertencemos a ele. Todo dia e toda hora somos exigidos a fazer escolhas. Devemos estar com nossos corações sempre voltados a Deus para sermos iluminados pelo bom caminho. Ele está sempre a nos conduzir, saciando nossa sede e alimentando-nos com sua palavra. Já não somos escravos, fomos libertados pelo sangue de Cristo, que nos mostrou seus desejos e nos ensina a maneira correta de nossa adoração.

 Autor José Maria Cavalcanti